Um dia antes de morrer, lutador de taekwondo reclamou de atendimento

O lutador de taekwondo e cabo do Exército Euriberto Pereira Gomes Neto, conhecido por Bebeto, morreu com suspeita de leptospirose no domingo (15) em Rio Branco. Um dia antes, no sábado (14), o atleta de 20 anos gravou entrevista para a TV Acre, onde reclamou do atendimento do sistema de saúde da cidade. Segundo a família, a suspeita é de leptospirose, mas o laudo médico só deve ser finalizado em três dias.
- Vim me consultar. Fui na Upa da Baixada e lá não estão atendendo, por ter muita gente. Cheguei aqui (Huerb) e está a mesma coisa. Estou sentindo sintomas de leptospirose, dor no corpo e febre. Me encaminharam para a Upa do 2º distrito. Chegar lá vou ver o que vai acontecer. Por mim ficava já internado, só que não tem como. Um enfermeiro disse que meu caso não era urgência e que poderia ficar esperando o médico me atender, mas iam me mandar para a Upa de novo – disse em conversa com a repórter Priscilla Andrade, no sábado.
Segundo o tio de Bebeto, Gildomar Pereira Gomes, o lutador procurou atendimento na Upa da Sobral, no sábado (14). Lá, foi informado para ir ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Mas, só foi atendido na Upa do 2º distrito, de acordo com a família. Bebeto foi internado e liberado por volta das 4h de domingo (15). Voltou a passar mal no fim da manhã e foi para a Upa do 2º distrito e Huerb, mas já era tarde.
De acordo com a família, o atleta ajudou a sogra durante a cheia do rio Acre – que atingiu mais de 87 mil pessoas em Rio Branco em fevereiro e março. A casa da sogra, no bairro João Eduardo, foi afetada pela água e Bebeto ajudou a fazer a mudança.
O diretor técnico da Federação de Taekwondo do Estado do Acre (Feteac), Walison Silva, informou que Bebeto era campeão municipal e estadual na modalidade, e se preparava para disputar o Brasileiro, na categoria até 74kg. O atleta deixa a esposa e um filho recém-nascido, de 13 dias.
Saúde investiga caso
Em entrevista à TV Acre, o secretário estadual de Saúde, Armando Melo, disse que foi prestar solidariedade à família e que o caso será investigado.
- Nos deixou muito preocupados o fato de ter sido uma pessoa que, segundo os relatos, teve contato com as águas, com a cheia. Viemos trazer para a família tranquilidade, porque se houve algum erro do nosso sistema de saúde todos os fatos serão apurados. O ponto em que houve o equívoco será revisto e se algum agente público tiver cometido erro na conduta terá a punição que o caso requer – declarou Melo
fonte  www.ecosdanoticia.com